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Uptober Falhou: por que o mercado caiu e o que esperar para o fim de 2025?

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📉 O “Uptober” Falhou?

O mercado de criptomoedas é cheio de apelidos e tradições. Uma delas é o “Uptober”, uma brincadeira que se refere à tendência histórica de o Bitcoin (BTC) registrar ganhos no mês de Outubro. No entanto, em 2025, essa tradição foi quebrada.

Pela primeira vez em anos, o Bitcoin fechou o mês de Outubro em território negativo [1], registrando uma queda que gerou cautela e muitas dúvidas entre os investidores, especialmente os iniciantes.

Por que isso aconteceu? E, mais importante, o que este movimento nos ensina sobre a maturidade do mercado e o que podemos esperar para o resto de 2025?

1. Por que a tradição foi quebrada? (Análise da Tendência)

Historicamente, Outubro/”Uptober” funcionava como um motor de recuperação após a baixa volatilidade de Setembro. A queda de aproximadamente 7% do Bitcoin no mês (dados até 31/10/2025) [2] indica que fatores mais fortes do que a sazonalidade sazonal atuaram no mercado.

Os principais fatores que influenciaram essa pressão vendedora foram:

Fator Chave 1: incerteza macroeconômica global

O principal motor por trás da cautela é a aversão ao risco nos mercados financeiros globais.

  • Juros e Inflação: a persistente incerteza sobre a política de juros nos Estados Unidos e as tensões comerciais entre grandes potências (como EUA e China) criaram um ambiente onde os investidores preferem mover o capital para ativos considerados mais seguros (como o Dólar fiduciário) em vez de ativos voláteis (como o BTC) [3].

Fator Chave 2: fluxo de ETFs Spot de Bitcoin

Apesar de serem um sinal de adoção institucional, os ETFs Spot de Bitcoin registraram saídas significativas de capital na última semana de Outubro.

  • O que isso significa? Quando há uma saída líquida, isso indica que mais cotas do ETF estão sendo vendidas do que compradas. Essa venda massiva por parte dos investidores institucionais injeta uma pressão vendedora no mercado à vista, forçando o preço do BTC para baixo.

Fator Chave 3: movimentações nos mercados de derivativos

A volatilidade do mercado é frequentemente ampliada pelos contratos futuros e opções. O vencimento triplo de futuros de dólar, mini dólar e Bitcoin no final de Outubro no mercado BMF (Brasil) adicionou uma camada extra de incerteza e volatilidade no final do mês [4].

2. Olhando para Frente: o que esperar para o resto do ano?

Apesar da correção, a maioria dos especialistas e análises on-chain sugere que a estrutura fundamental do mercado cripto permanece sólida. Para o restante do ano, dois pontos técnicos e um ponto institucional merecem nossa atenção:

A) Análise Técnica: níveis de suporte e resistência

Aqui é fundamental entender os conceitos de suporte e resistência:

  • Suporte: é o nível de preço onde a demanda (força compradora) é historicamente forte o suficiente para impedir que o preço caia mais.
    • Suporte Imediato do BTC: analistas apontam que a região próxima a US$ 105.000 pode atuar como um forte suporte de médio prazo [2]. Se o preço se mantiver acima desse nível, o cenário continua neutro, mas com um viés construtivo.
  • Resistência: é o nível de preço onde a oferta (força vendedora) é forte o suficiente para impedir que o preço suba mais.
    • Resistência Imediata do BTC: as regiões de US$ 112.500 e US$ 118.700 são vistas como barreiras a serem rompidas para confirmar uma nova tendência de alta [2].

B) O foco se volta para o Ethereum (ETH)

Enquanto o BTC enfrentava pressão, o Ethereum (ETH) manteve uma narrativa positiva.

  • Tokenização e Layer 2: analistas apontam que o ETH continua a atrair atenção institucional, impulsionado pelas atualizações técnicas da sua rede e pelo avanço de soluções de escalabilidade (Layer 2), que são a base para a tokenização de ativos do mundo real (RWA) — um tema de alto interesse institucional [2]. Dados on-chain mostram que o saldo de ETH nas corretoras tem diminuído, o que sugere que os investidores estão acumulando o ativo em suas carteiras pessoais.

C) A adoção continua (maturidade do ecossistema)

A maior lição do “Uptober que não aconteceu” é a maturidade do mercado. Correções e quedas são naturais e coexistem com os ciclos de adoção [2].

  • Grandes empresas continuam a lançar produtos, como novos cartões de crédito/débito que usam cripto (como Solana – $SOL) e os órgãos reguladores (BC e CVM no Brasil) continuam o trabalho de formalizar o setor, o que garante a solidez da infraestrutura no longo prazo.

Conclusão: não é o fim do ciclo, é amadurecimento

A queda do que deveria ter sido um “Uptober” serve como um poderoso lembrete de que a volatilidade é a principal característica do mercado cripto. É fundamental não tomar decisões baseadas apenas na emoção (FUD ou FOMO) e manter uma estratégia de longo prazo.

Novembro será um mês crucial que irá ditar a tendência até o final do ano, o que dependerá da estabilização macroeconômica e da capacidade do Bitcoin de se manter acima de níveis técnicos importantes.


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Fontes Citadas: [1] InfoMoney – da fonte sobre Bitcoin quebrando tradição de Outubro [2] InfoMoney – da fonte sobre Suporte, Resistência e Análise de ETH [3] Cointelegraph Brasil – da fonte sobre Aversão ao Risco e Tensões Comerciais [4] ADVFN – da fonte sobre Vencimento Triplo BMF