Pular para o conteúdo

Remessa Internacional: como economizar usando Stablecoins

Remessa internacional Brasil Portugal

O “Imposto Invisível” que ficou mais caro em 2025

Se você envia dinheiro por remessa internacional para família em Portugal, paga cursos no exterior ou mantém uma conta em Euros, provavelmente sentiu o golpe em 2025. O governo brasileiro unificou e aumentou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para 3,5% na maioria das transferências internacionais para terceiros e contas de mesma titularidade [1].

Parece pouco? Vamos à matemática cruel do sistema bancário tradicional. Para enviar R$ 10.000, você deixa na mesa (valores estimativos):

  • R$ 350,00 só de IOF (que vai direto para o governo).
  • ~R$ 200,00 de Spread Bancário (a diferença entre o dólar real e o que o banco te cobra).
  • Taxas SWIFT que podem chegar a R$ 100,00 dependendo do banco.

No final, quase R$ 650,00 (ou mais de 100 Euros) desaparecem antes de o dinheiro cruzar o Atlântico.

Mas existe uma rota alternativa que os bancos não anunciam: as stablecoins. 💵

O que são Stablecoins e por que elas “ignoram” Fronteiras? 💸

Stablecoins (como USDC ou USDT) são criptomoedas pareadas 1:1 com o Dólar Americano (EURe, no caso do EURO). Diferente do Bitcoin, elas não variam de preço loucamente. 1 USDC vale sempre 1 Dólar.

O “pulo do gato” é a natureza da transação – quando você compra uma stablecoin numa corretora brasileira, você está fazendo uma operação local (BRL para Cripto). Não há incidência de IOF de câmbio (3,5%) nesta etapa, pois o dinheiro tecnicamente não saiu do país via sistema bancário tradicional; ele foi convertido em um ativo digital.

Exemplo de envio entre Brasil e Portugal 📝

Aqui está o roteiro para fazer essa remessa internacional de forma legal, segura e infinitamente mais barata.

Passo 1: a compra no Brasil (origem)

Você deposita Reais via PIX (gratuito) em uma exchange local confiável (Bitget) ou de forma mais econômica usando a Picnic.

  • Ação: Comprar USDT ou USDC com seus Reais. No caso da Picnic, você compra uma stablecoin do Real, a BRLA.
  • Custo: taxa de corretagem (variando de 0,1% a 0,7% dependendo da plataforma).
  • IOF: R$ 0,00.

Passo 2: o envio (a ponte)

Você transfere essas stablecoins para sua carteira ou exchange na Europa.

  • Dica de Ouro: use redes rápidas e baratas como Polygon (MATIC), Solana ou TRC-20 (Tron). A Picnic usa a Polygon, sem custos para o usuário.
  • Custo: grátis ou menos de $1 (aprox. R$ 6,00), independente se você enviar R$ 1.000 ou R$ 100.000.
  • Tempo: de 2 segundos a 5 minutos (mas costuma ser sempre em segundos mesmo).

Passo 3: o saque em Portugal (destino)

Você recebe as stablecoins em uma corretora que opere na Europa com saques SEPA (como Kraken, Coinbase ou a própria Binance). Ou pela própria Picnic.

  • Ação: vender o USDT/USDC por Euro (corretoras) ou, no caso da Picnic, troca seus BRLA diretamente por EURe, stablecoin que equivale a um euro.
  • Saque: solicitar saque SEPA para seu banco português (Millennium, CGD, Revolut, etc.), Na Picnic você cadastra o IBAN da sua conta e envia direto pela plataforma.
  • Custo: taxa de saque SEPA costuma ser fixa e irrisória (geralmente € 1,00 ou até gratuito em algumas plataformas [2], e é mesmo gratuita, usando a Picnic).

💱Comparativo Real: R$ 5.000,00 Brasil → Portugal

Veja a diferença brutal no saldo final de quem recebe a remessa internacional (este é um exemplo fictício e os valores podem variar, mas o tamanho da diferença continua a ser muito alto, principalmente se usar Picnic):

MétodoIOF (BR)Taxas e Spread (Est.)Custo Total Aprox.
Banco Tradicional (Swift)R$ 175,00R$ 250,00+~R$ 425,00
Plataformas de Remessa (Wise/Remessa)R$ 175,00R$ 80,00 – R$ 100,00~R$ 255,00
Via Stablecoins (Cripto)R$ 0,00R$ 35,00 (Trading) + R$ 6 (Rede)~R$ 41,00

Economia estimada de R$ 200,00 a R$ 380,00 em uma única transferência. 🤯

⚠️Cuidados e “Pegadinhas”

Nem tudo são flores. Para não perder dinheiro fazendo a sua remessa internacional, atente-se a três pontos:

  1. Rede Correta: ao enviar a criptomoeda, certifique-se de que a exchange de destino aceita a mesma rede (ex: se enviar via Polygon, a carteira de destino tem que ser Polygon). Se errar a rede, você perde o dinheiro.
  2. Volatilidade Cambial: embora a stablecoin seja estável, a cotação BRL/USD muda a cada segundo. Faça a operação completa em sequência para garantir a taxa.
  3. O Leão da Receita 🦁: não pagar IOF na transação não isenta você de declarar seus bens. Se você é residente fiscal no Brasil, deve declarar a posse de criptoativos no Imposto de Renda se tiver mais de R$ 5.000 em valor de aquisição, e pagar imposto sobre ganho de capital se lucrar na venda (acima de R$ 35k/mês). Consulte sempre um contador [3].

A Revolução é Silenciosa

Enquanto bancos discutem taxas, a tecnologia blockchain criou uma “rota expressa” para o seu dinheiro. Para brasileiros que vivem entre dois países, usar stablecoins deixou de ser coisa de trader e virou uma necessidade básica.

Se você faz remessa internacional de forma recorrente, a economia anual pode pagar uma passagem aérea de volta ao Brasil. Vale a pena aprender. 👌


Fontes Citadas:

[1] InfoMoney/Remessa Online – Atualização sobre alíquota de IOF 3,5% para remessas e cartões em 2025; [2] Kraken/Bit2Me Support – Taxas de saque SEPA (€1 ou gratuito) e processamento instantâneo; [3] Receita Federal do Brasil – Regras de declaração de criptoativos no IRPF.